Viveremos, nas próximas semanas, alguns dos momentos mais importantes do futebol interclubes do planeta. Por isso, e para reativar este blog outrora deixado às moscas, ponho-me a escrever sobre aspectos que circundam os grandes duelos futebolísticos a que assistiremos a partir desta terça-feira. No primeiro texto da série, falarei sobre a primeira partida da semi-final da UEFA Champions League entre Schalke 04 e Manchester United.
Começando com algumas pitadas de futebol, é válido citar que o confronto envolve as maiores torcidas da Alemanha e da Inglaterra. O time de Gelsenkirchen é certamente o azarão, diante da força e da tradição do United. Este já foi campeão do torneio 3 vezes, enquanto aquele nunca havia chegado às semi-finais da competição. Ainda que os ingleses se apresentem como favoritos, os azuis do norte do Reno contam com Raúl González, ex-Real Madrid, o maior artilheiro da história da Champions com 71 gols e com sua fanática torcida, que pode insuflar a equipe ajudando-a a conseguir um bom resultado em casa partindo para a Inglaterra com a vantagem. Veremos...
O primeiro duelo entre ambos os times dar-se-á em Gelsenkirchen, Renânia do Norte - Vestfália, Alemanha, cidade que cresceu após a Revolução Industrial graças às suas imensas reservas de carvão (as maiores da Europa). Hoje, caracteriza-se pela produção de alta tecnologia e pelo turismo cultural. Há diversos museus e teatros, alguns dos mais modernos do mundo! Por falar em tecnologia, destaca-se, sem dúvida, o próprio estádio que abrigará a partida. A Veltins Arena, inaugurada no início deste século possui cobertura total e, por isso, o gramado se move para que, em certa parte do dia, possa receber sol. O investimento não passou de 300 milhões de dólares, e certamente rende lucros aos responsáveis por sua administração - isto me faz pensar no que se fará em Manaus para a Copa de 2014. Lá, como na Alemanha, o estádio também ficará lotado nos clássicos entre Rio Negro e São Raimundo, e dará um grande retorno! Será?
Deixando de lado este assunto, falarei um pouco sobre um prato típico da culinária da região da Renânia, o Sauerbraten. Trata-se de uma carne (tradicionalmente de cavalo, mas hoje em dia se utiliza, em maior escala, o boi) marinada em vinagre - daí o termo "sauer", ácido em alemão -, vinho, ervas e temperos, assada por algumas horas em panela tampada, no forno ou no fogo direto, servida com o próprio molho, ao qual, após o cozimento da carne, é adicionado açúcar e passas, segundo a forma típica da região tratada, e normalmente, acompanhado de repolho roxo, bolinhos de batata, spätzle, etc.
Obviamente, existem variações quanto a elaboração do prato. As especiarias nem sempre são as mesmas, apesar do uso indispensável do zimbro, do cravo, do louro e da noz moscada: pode-se adicionar, por exemplo, sementes de mostarda, de coentro, canela, etc. O vinho e o vinagre a serem utilizados podem ser de diferentes qualidades ( uvas brancas, uvas tintas, mais ou menos encorpados, etc.). Por isso, ao pensar numa ideal harmonização com um vinho local, já que um pouco ao sul localiza-se uma das mais importantes regiões produtoras de vinhos da Alemanha (conhecida como "média Renânia"), nada é tão exato. Atenho-me a sugerir um bom Riesling, com bom corpo e alguns anos de maturação, se for escolhido um vinho branco. No caso dos tintos, escolha entre as duas uvas predominantes da área - a Spätburgunder e a Portugieser - mas sem tanto destaque. Se a preferência de harmonização for com uma cerveja - opinião da qual eu compartilho neste caso -, ainda que se devam observar as particularidades em cada preparação, seguindo a forma exposta de se elaborar o Sauerbraten em Gelsenkirchen (com um molho encorpado, adocicado e condimentado) sugiro uma doppelbock alemã. Um bom exemplo é a Paulaner Salvator!
Encerro meu primeiro texto da série "Futebol e Comida - Duelos e Harmonias" com um palpite para o jogo (que certamente estará equivocado):
Schalke 04 1 x 1 Manchester United
Até o próximo.
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